Título:
Inkspell – Sangue de Tinta (Tintenblut no original)
Autor:
Cornelia Funke
Coleção: Mundo de Tinta (nº2)
Coleção: Mundo de Tinta (nº2)
Ano
de Lançamento: 2011 (2005 no
original)
Editora: Editorial Presença
Número de páginas: 512
ISBN:
978-972-23-4629-0
Sinopse: Neste segundo volume da trilogia iniciada com
o título Coração de Tinta, encontramos Meggie feliz por viver agora com o pai e
a mãe, Mo e Resa. Mas apesar de ter decorrido um ano sobre as empolgantes
aventuras que então viveu, Meggie não consegue esquecer-se daquele outro
universo que havia dentro dos livros, cujas personagens saltavam para o nosso
mundo quando o pai lhe lia histórias. O único inconveniente era que cada vez
que uma delas passava cá para fora, alguém do lado de cá, passava para o mundo
fantástico. Por isso Meggie vivera tanto tempo a pensar que não tinha mãe...
Mas para Dedo de Pó, afastado do seu mundo de palavras, o desejo de regressar
atingira proporções desesperadas. Enganado por um malvado contador de histórias
chamado Orfeu, desaparece deixando para trás o seu protegido Farid. Este, sem
saber que fazer, vai pedir ajuda a Meggie, e em breve ambos desaparecem também
dentro do livro. Mas aquela aventura ameaça desenrolar-se entre perigos que
nenhum deles podia ter imaginado...
Um
Livro Com Uma Surpresa (**Alerta
Spoiler**)
Este é um daqueles livros a que toda
a gente chama um “calhamaço”. Não foi, definitivamente, o maior livro que já
li, até porque costumo gostar bastante de livros grandes, mas foi para mim um
livro complicado de ler. Primeiro porque tem as letras tão pequenas que eu
passava uma hora para conseguir ler vinte páginas, quando normalmente nesse
tempo consigo ler pelo menos umas cinquenta. Parecendo que não, isso desanima
um bocado a leitura. Segundo porque é um livro essencialmente narrativo e
descritivo. Apesar de tudo isso, gostei bastante da história em si e fiquei
muito surpreendida com o rumo que as personagens tomaram.
O livro tem 78 capítulos, cada um
com um título próprio e um excerto de um livro de outro escritor, que nos vão
dando indicações sobre o rumo da história. Como esta se passa, na sua maioria,
dentro de um livro a que se chama o “Mundo da Tinta”, no final do livro tem um
mapa, para nos ajudar a situar-nos em relação ao espaço. Isso torna-se muito
útil a certas alturas quando já não se sabe onde as personagens estão. Também
no fim, o livro tem um pequeno guia das personagens, com uma breve apresentação
de cada uma. Acho que isso é mais útil a quem não leu o livro anterior,
“Coração de Tinta”, dado que precisa de certas bases para perceber o que se
passa.
A história é contada na terceira
pessoa e a visão da história vai mudando de personagem em personagem, consoante
o momento exige. As personagens mantiveram-se essencialmente como no livro
anterior, sendo que a maior mudança foi na Meggie e no Farid. A Meggie começa,
evidentemente, a entrar na adolescência e o Farid perde a timidez e o silêncio
que o caracterizou no primeiro livro, tornando-se uma das personagens mais importantes
e corajosas. Não gostei muito, no entanto, do desenrolar da relação amorosa
deles, que é um misto de infantilidade com amor de adolescência. Acho que podia
ter sido tratada de outra forma.
O “Mundo da Tinta” faz-me lembrar os
tempos antigos, com Príncipes, castelos, saltimbancos, jograis, etc., mas com
um toque de fantasia, como os Homens de Vidro, as Fadas, as Ninfas, martas com
cornos e muitas outras criaturas. Adorei as descrições das roupas e ambientes
envolventes, tão bem conseguidos que parece que estamos mesmo lá a assistir às
brincadeiras com o fogo de Farid e Dedo de Pó.
Apesar disso, o que mais me
surpreendeu neste livro foi a perda da suavidade gradual que ele sofreu. O que
quero dizer com isso é que, no início, as mortes são vistas de forma tão
simples como ler um pouco em voz alta e já está. Com o avançar da história, no
entanto, já há pessoas apunhaladas, alvejadas e trespassadas com uma espada.
Essa seriedade atinge proporções estrondosas nos capítulos finais, quando morre
Farid e Dedo de Pó troca a sua vida pela dele. Confesso que nessa parte soltei
algumas lágrimas. Não estava à espera de um desfecho tão bom, quando grande
parte do livro me parecera não ter nada de especial.
Concluindo, acho que este é um livro
para leitores mais habituados a ler, porque estes têm mais resistência às
partes maçadoras, e acho que não é a leitura mais indicada para adolescentes,
apesar de ser classificado como juvenil.
Podem comprar o livro:
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Ou o ebook (Nota –
Apenas disponível em Inglês):
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