Olá pessoal! Peço desculpa pelo atraso, mas aqui vai o capítulo do mês passado. Espero que gostem! =]
Capítulo 5: O Conto
Clare
agarrara Caleb novamente, acalmando-o. Não estava à espera desta
reacção vinda dele. O que será que acontecera para ele estar
assim?
Caleb
saltou dos braços de Clare, foi a correr para o quarto dela e
começou à procura de roupas. Vasculhou armários e gavetas e
escolheu meia dúzia de peças que pensara serem necessárias para os
próximos dias. Clare, aflita, seguiu-o.
-C…Caleb,
o que estás a fazer?- Perguntou Clare à entrada do quarto. Caleb
tinha-o virado do avesso, mas o mais engraçado era que sabia onde
estava tudo. Não entendia o que se passava. Porque raio estaria ele
em tamanha aflição? Parecia que o mundo ia acabar ou então ele
fizera alguma coisa e, se calhar, agora ela tinha de fugir do país
por o ter ajudado… Bonito.
-
Não posso explicar-te, primeiro, as malas, depois conversamos.- Foi
a única resposta que Clare obteve de Caleb. Isto irritou-a
profundamente. Dirigiu-se a ele enquanto se encontrava de costas, e
meteu a sua mão bem pesada, de tantos treinos de Karaté, no ombro
de Caleb, obrigando-o a virar-se para ela.
-
Primeiro, quando se fala com uma pessoa olha-se para ela. Segundo, eu
não vou a lado nenhum sem ter primeiro uma explicação lógica. E
por ultimo, tu tens de me esclarecer uma certa coisa… - Clare
disse-lhe, olhando bem nos olhos de Caleb.
Caleb
pousou o casaco de inverno que tinha na mão e sentou-se à borda da
cama, respirando fundo. Onde é que ele iria começar?
-
Ok, eu digo-te mas é uma longa história e quase de certeza que se
te contar tu não acreditas. Tu estás em perigo. Uma certa pessoa
descobriu que estás viva e agora vai contar a outra e… pronto
agora tens de te esconder. A minha sugestão era a minha casa, mas
para isso temos de visitar a minha mãe…
-
Pára de inventar. Eu sei quem tu és. Tu és um deus ou que raio e
estás a dizer-me que não consegues proteger-nos? A última vez que
vi deuses não podem matar deuses! Basta meteres-te à minha frente
ou fazeres um acordo qualquer e, pronto, problema resolvido! -
Respondeu Clare, profundamente irritada. Já estava farta desta
história toda. Farta de desmaiar, farta de tudo. Só por estar
apaixonada por ele não queria dizer que iria aturar todas as
maluqueiras! Até o raio da tatuagem…
-
Ah, e já agora explica-me o que está isto a fazer no meu braço,
Eros?! – Disse Clare a Caleb que ainda estava de boca aberta pela
revelação repentina da verdade. O que iria ele agora dizer-lhe? Ela
sabia de tudo!
-
Urgh… ok então. Senta-te. – Caleb, ou melhor, Eros disse-lhe,
expirando ruidosamente. – Não sei como, mas tu acertaste. Eu sou
Eros, deus do amor, também conhecido por Cúpido. Tu, pelo que
parece és a reencarnação da Psiquê, lendário amor do Cúpido…
ou melhor… o meu. Não me perguntes como aconteceu porque até lá
em cima está tudo confuso. Bem, mas como estava a dizer, uma certa
deusa da caça e da noite, também conhecida por Artemis, soube desta
notícia na pior das alturas. Quando tu tocaste na mota, o meu pai
ligou-me e tive de ir ter com ele a Olímpia ver o que se passava.
Cheguei lá e a Artemis andava a ameaçar o meu pai de entrar em
guerra com ele. Cometi o erro de me descair e ela descobriu o que se
passara contigo e quando ela estava para se ir embora, fui atrás
dela. Eu tinha de impedi-la. Ela iria dizer tudo a Ftonos e depois
era a história de Psiquê de novo… Eu não te poderia perder
novamente… Estou disposto a arriscar tudo por ti, mesmo que isso
queira dizer enfrentar cem centauros… que foi o que me esperava
fora do palácio do meu pai. Uma armada de centauros prontos a atacar
à espera do sinal. Atacaram-me, eu vim parar em cima do teu carro, e
a última coisa que soube foi estar naquela cama. Agora a Artemis foi
ter com Ftonos e não sei o que fazer.
-
Certo… e a tatuagem? – Clare perguntou-lhe, muito duvidosa da
história. Algo não fazia sentido…
-
A tatuagem ainda não pude investigar, mas sei que temos de fugir. Eu
tenho um plano, mas quero que tu não tenhas medo para onde vamos,
porque, bem, aquilo não é dos sítios mais agradáveis…
Com
aquilo, Clare ajudou Eros a arrumar mais umas peças de roupa em
malas que ela tinha em casa. Foi à sua casa de banho buscar o
essencial de maquilhagem, produtos faciais e coisas para o duche, ou
seja, encheu mais meia mala.
-
Hum… Tens a certeza que isso tudo é necessário? – Eros
perguntou, olhando um bocado confuso para tudo o que ela estava a
arrumar na mala. Realmente, nunca entenderia as mulheres. – Bem, já
está tudo?
Clare
agarrou em calçado e meteu dentro de um saco. Agora sim, estava
pronta.
-
Vamos então. – Clare disse-lhe. Entraram dentro do seu Audi, Eros
a conduzir. – Posso ao menos saber mais ou menos onde fica?
-
Num sítio bastante escuro… - Eros respondeu, olhando para ela. Um
arrepio, pouco agradável, percorreu-lhe o corpo. Isto não estava
certo…
Finalmente
tinha descoberto onde ficava a casa de Clare. Após horas e horas
caído no meio do pinhal, finalmente dei com a casa de Clare. Só
espero ainda ter chegado a tempo. Depois daquele problema todo com os
centauros, a Artemis tinha um grande avanço sobre mim, por isso o
melhor era ir ter com Clare, protege-la em casa da minha mãe e
depois ir acertar umas contas com Artemis e Ftono…
Toquei
à campainha, uns passos muito apressados soaram lá dentro. Uma
senhora nos seus trinta e tais apareceu à porta. A sua cara estava
muito pálida, cheia de preocupação. Era bastante aparecida com
Clare. Um mau pressentimento invadiu-me.
-
A senhora está bem? A Clare está em casa? – Balbuciei. Não
consegui evitar de perguntar se a senhora estava bem primeiro pois a
sua cara deixava qualquer pessoa mal.
-
Não… Ela desapareceu. Desde a manhã de ontem que não a vejo e a
ultima vez que falei com ela foi ontem à noite.
-
Meu filho, hoje é sábado… Não há aulas.
Fiquei
surpreendido com esta revelação. Podia jurar que só tinha ficado
alguns minutos fora de combate… Oh não… isto está pior que eu
imaginava.
-
Minha senhora, não se preocupe. Havemos de encontrar a sua filha,
nem que vá aos fundos do inferno…