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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Uma Flecha Que Voltou- Capítulo 4: Caído do Céu

Boa noite, está aí o capítulo 4!! Peço desculpa por chegar tarde este mês... mas isto dos correios está complicado! Haha
Espero que gostem! = ]

Capítulo 4: Caído do Céu
                O som de uma porta a bater acordou Clare. Ela ainda se encontrava no chão, meio atordoada. Clare sentou-se, estava com uma dor de cabeça infernal. Sentia tudo a andar à volta. Ela tentou lembrar-se do que acontecera para estar caída na casa de banho, mas tudo o que se lembrara era o sonho, mais uma vez, imagens de Psiquê.
                Levantou-se do chão e tentou deitar-se na cama. Àquela hora de certeza que era a mãe que tinha acabado de chegar do cabeleireiro, onde costumava ir praticamente todos os dias. Se não fosse ao cabeleireiro era ao spa. De qualquer forma, a senhora Bela não a poderia ver nesse estado, caída no chão da casa de banho se não resultaria em perguntas sem fim após uma ida às urgências. A melhor maneira que Clare tinha de disfarçar era deitar-se na cama e fingir que estava a dormir.
Após uns minutos, ouviram-se uns passos e um bater à porta, depois, os passos afastaram-se. Entretanto, Clare adormecera novamente mas desta vez apenas a escuridão invadiu os seus sonhos. Quando acordou, viu um papel branco caído no chão ao pé da sua porta. Ela apanhou-o e por dentro dizia: “ Querida, o seu pai voltou e nós vamos sair, vamos jantar juntos. Beijinhos” Clare voltou a dobrar o papel e colocou-o na secretária do seu quarto, ao lado do computador. Ela admirava-se como era possível esta relação. Eles passavam a maior parte do tempo longe um do outro, mas, mal se viam, era como se não houvesse mais nada neste mundo. Ela não conseguia perceber, era confuso demais.
- Bem, parece que vou ter arranjar que fazer… - disse Clare para si própria. Naquilo o seu telemóvel vibrou pela enésima vez, deveriam ser as suas amigas a perguntar-lhe onde estaria ela, pois não a viam desde o intervalo da manhã. Com um grande esforço, Clare esticou o braço e agarrou no seu iPhone cor-de-rosa. Tinha recebido trinta mensagens e dez chamadas. Eram todas a perguntar onde ela estava. Algumas até já com ameaças de ir à polícia reportar um desaparecimento. “Não te preocupes, eu só estava meio cansada por isso fui descansar. Vamos jantar nalgum lugar?” Foi o que Clare respondeu para todas as mensagens. Enquanto esperava as respostas, foi arranjar-se. O seu cabelo estava péssimo de estar deitada e aquelas roupas já não aguentariam o frio. Embora durante o dia já estivesse quentinho, as noites continuavam frescas. Clare foi ao seu armário, que mais parecia uma outra divisão da casa, e retirou umas calças azuis escuras e um top, um pouco mais quente que o que tinha vestido. Naquilo, Kelly mandou-lhe uma resposta “’Bora lá! Encontramo-nos todas no sítio do costume.” Até que uma saída com as amigas lhe iria fazer bem. Fora um dia muito cansativo e, agora que já estava melhor, parecia-lhe bem. Clare só não gostava muito do caminho para o pub, mas as “Jacket Potatoes” valem a pena.
Clare entrou no seu Audi e seguiu caminho para o pub. Estava prestes a entrar na parte mais abrigada da floresta quando decidiu ligar o rádio a altos berros, sempre a distraía mais e o caminho não parecia tão longo. De repente, o carro estremeceu todo, como se Clare tivesse atropelado um animal. Com uma travagem a fundo, Clare parou o carro para ver o que se passara. A cerca de trezentos metros de distância, encontrava-se um brilho no meio do chão. Clare não sabia o que fazer. Para todos os efeitos, aquilo poderia ser um extraterrestre ou algo que a poderia matar, só que alguma coisa a atraiu à luz. Era inexplicável. Sentia-se como se tivesse de ir ver o que acontecera lá atrás. Clare ganhou coragem e foi ver o que se passava. Entrou no seu carro e fez marcha atrás até chegar à luz. À medida que se aproximava, a figura de uma pessoa ia aparecendo no meio da luz. Uma pessoa estava a brilhar, mas a cada minuto que passava, brilhava menos.
- Que estranho... – Clare disse para si mesma. Mas, quanto mais se aproximava, mais o seu coração ficava apertado, pois a figura no chão era a de Caleb. Clare assim que se apercebeu entrou em pânico. Estaria Caleb vivo ou morto? Donde teria ele vindo? E porque raio estava a brilhar?
Ela saltou para fora do carro e foi ter com ele. Estava inconsciente, isso ainda a deixou mais em pânico. Ela não sabia o que fazer, ir ao hospital seria um bocado estranho pois ainda apareceriam os serviços secretos e levavam-no para um laboratório para lhe fazerem experiências em vez de o curar. Isso não! O melhor seria leva-lo para casa, assim quando ele acordasse, podiam resolver o assunto. Mas, logo de seguida, Clare lembrou-se que ele caiu, poderia ter ossos partidos… Mas, com uma rápida análise, não lhe parecia que estivesse nada partido, nem tinha uma gota de sangue derramado. Ela tinha de confiar mais em si, afinal de contas, ela mais depressa caminhava para enfermeira que para mulher de negócios, graças ao seu passatempo. Neste caso, o melhor seria leva-lo para casa.
Com um grande esforço, Clare agarrou num braço de Caleb e cuidadosamente ergueu o seu corpo. Colocou-o no banco do pendura e rezou para que não houvesse polícia pelas ruas. Cinco minutos mais tarde, Clare chegou a casa, que ainda se encontrava desabitada. Retirou Caleb do banco do carro e levou-o lá para dentro. Colocou-o no quarto dos hóspedes. Por esta altura, Caleb já deixara de brilhar por completo, mostrando então o verdadeiro estado em que se encontrava. Um arranhão aqui, outro ali. Nada de muito especial. Apenas as suas roupas estavam rasgadas e a sua cara um pouco suja. Fora isso, não estava mal. Clare foi assaltar o armário do seu pai, de onde retirou uma camisola “velha”, não tinha nada de velho, só estava já fora de moda. Também tirou umas calças de ganga que, sinceramente, Clare nem sabia da sua existência. Deslocando-se para o quarto onde Caleb estava, deixou tudo num monte, arrumadinho no fundo da cama. Caleb ainda se encontrava inconsciente e assim parecia querer ficar nos próximos tempos, por isso Clare decidiu ligar para Kelly e avisa-la que não podia ir ter com elas hoje pois acontecera um imprevisto. Com uma grande tristeza, Kelly aceitou a justificação e desligou o telemóvel. Ela até era das poucas verdadeiras amigas de Clare, ao menos essa não estava com ela só por ser rica ou por ser a mais popular. Clare decidiu ficar no quarto de Caleb até ele acordar, seria o melhor.
Caleb, uma hora mais tarde, finalmente deu sinal de vida. Clare já suspeitara que estivesse para acordar pois estava a falar no seu dormir e a ficar bastante irrequieto.
Caleb abriu os olhos lentamente, meio atordoado. De repente, como se tivesse lembrado algo, abraçou Clare ferozmente.
-Ainda bem que estás bem…- Era a única coisa que ele dizia vezes e vezes sem conta.