Boa noite, peço imensa desculpa só puder publicar hoje a história, para o mês que vem já vou puder publicar mais cedo espero eu. Espero que gostem!
Capítulo 2: Um Dia Inesperado
Assim que aquela rapariga me deixou à porta da sala,
eu suspirei. Era o novato outra vez. Mais uma escola, mais uma apresentação.
“Um novo início” dizem alguns, mas o que é certo, após muitos “novos inícios”,
qualquer pessoa se farta.
Bati à porta educadamente e uma voz feminina, já com
alguma idade, mandou-me entrar. Não estaria muito atrasado pelo que os meus
novos colegas ainda estavam descontraidamente a tirar as coisas das suas
respectivas malas, de modo a começar um novo dia. A professora chamou a atenção
de todos. De seguida, apresentou-me e mandou-me sentar mesmo onde eu queria sentar.
Duas filas atrás, 4 cadeiras para a esquerda, mesmo encostado à parede.
Perfeito!
A aula deu início e logo de imediato o meu cérebro
entrou em modo automático. Já sabia a matéria toda de trás para a frente e
assim dava-me tempo para pensar. Amanhã começava a trabalhar. Hoje ainda não. O
encontro de manhã deixou-me completamente confuso. O que estaria Psique a fazer
aqui? Ela tinha morrido. Como era possível ainda estar viva? Após tantos anos,
o que estaria ela a fazer aqui? Teria de ir resolver esse assunto o mais
urgente possível.
Naquilo o telemóvel começou a vibrar. Tinha recebido
uma mensagem da mãe. “Hoje vou jantar com o John, depois passo por tua casa.”
Bonito, para além de quase ter tido um acidente ao caminho da escola,
encontrado a fotocópia da Psique, ter chocado com ela, ser o primeiro dia de
aulas, ainda tinha de levar com a mãe. Boa… Estava mesmo a ser daqueles dias… Continuei
a ouvir a professora a falar.
Quando a aula terminou, decidi trabalhar. Sempre me
distraía de tudo. Nota para mais tarde: falar com os Fados. Vamos lá ver se
consigo tirar delas umas férias, mas só depois de terminar este caso. Agora
somos só nós, Andrea.
Andrea saiu da sala e encontrou-se com as amigas. O
mais provável era isto ser rotineiro, por isso vai para a coluna da rotina. De
repente, um arrepio percorreu-me o corpo. Isso só podia significar que alguém
estaria ao pé da minha mota. Nada de preocupante. Isso acontecia tanta vez pois
a mota era parte dele… mas desta vez era forte. Estranho.
Durante o resto do intervalo, mantive-me a espia-la. A lista já estava a
ficar composta, só a pele de galinha não acabou e nos últimos minutos tinham
piorado os arrepios. Estava a dirigir-me para a sala onde iria ter matemática,
quando a minha tatuagem começou a ferver. Não estava quente, estava a ferver.
Arregacei a manga e as chamas estavam um pouco brilhantes, como se estivessem a
ganhar vida…
Mas que raio?
Uma hora antes.
Clare estava em estado de choque. Encontrava-se na
aula de geografia completamente distraída. Só pensava em Caleb. Era tão difícil
tirá-lo da cabeça…
Ainda para ajudar, quando colidiram, trocaram de
livros. Ele ficou com o livro de geografia dela e vice-versa. Dentro do livro
dele eram só desenhos. Alguns abstractos, outros de deuses gregos. Eram autênticas
estátuas em desenho, ele tinha mesmo jeito para isso!
A primeira coisa que faria era devolver-lhe o seu
livro e ter outra hipótese em falar com ele também. Clare voltou a tentar
prestar atenção à aula mas a sua mente começou a divagar.
A campainha soou dizendo que era hora de intervalo,
mas, graças à professora Greedy, a turma teve de ficar até acabar de fazer a
questão, ou seja mais 5 minutos. Clare já se estava a passar. Este atraso
custara-lhe a troca!
Finalmente, ao fim de 7 minutos, saíram. Clare
acelerou o passo dirigindo-se em direcção à mota de Caleb. Ela estava certa que
Caleb voltaria lá. Pelo caminho, infelizmente, cruzou-se com Thomas Goodmans,
também conhecido por T.G. “Mais alguma coisa?” pensou ela.
- Olá para ti também. – T.G. disse-lhe. Mas com tanta
pressa que Clare tinha, mal se ouviu o “Olá seu…” qualquer coisa que, por
sorte, Tom não ouviu. Ele era uma pessoa de cabeça quente, ao mínimo insulto
ficava fulo e o caldo entornava-se.
Clare não tinha tempo para ouvir as parvoíces e as
lamentações seguidas de tentativas de se atirar a ela. Agora tinha uma missão.
Avistou a mota… e mais 3 rapazes: um moreno, um rapaz musculado e um ligeiramente
mais alto que os outros. Estavam todos a apreciar a mota.
- Clare, esta mota é tua? – Perguntou o moreno. Ele
tinha o penteado “à esfregona”, o que andava bastante na moda. Pessoalmente,
Clare detestava-o na maioria dos casos, mas neste nem ficava muito mal. Tinha
umas tatuagens à vista no pescoço e nos braços, meio escondidas com a t-shirt.
O amigo de olhos azuis lindíssimos deu-lhe uma chapada na cabeça.
- Não sejas idiota, o carro dela é o Audi! – Respondeu o amigo de olhos
azuis.
- Bem nós vamos andando. – Disse o rapaz musculado,
com o cabelo preto, espetado, com um ar rebelde. “Nem era muito feio.” Pensou
Clare, mas quem ela queria verdadeiramente não estava lá.
Clare por esta hora desesperava. Ainda não tinha
visto Caleb e já só faltavam 3 minutos para entrar. Começou a apreciar a mota.
Realmente tinha algo de invulgar. Era mesmo linda e fazia-a lembrar o próprio
Caleb só pela aparência. Talvez fosse da tatuagem, parte essa que Clare estava
distraidamente a analisar mais pormenorizadamente. Parecia que o símbolo
nascera com a mota. Parecia estar inserido na mota. Clare passou as pontas dos
dedos pelas chamas que rodeavam a seta no desenho.
Naquilo, o fogo começou a acender e a brilhar, como
se tivesse ganho vida, e uma sensação esquisita invadiu-a. Começou a ver o que
parecia ser uma espécie de filme feito de pequenos bocados. Ela viu uma rapariga muito parecida com ela
na ponta de um penhasco, numa espécie de cerimónia. Depois viu esta a ser
transportada pelo vento até um lindo prado. Após isso apareceu ela perdida, a
procurar pelo mundo inteiro, por algo que não conseguia encontrar. Sentimentos
de paixão, mistério, reconhecimento invadiram-na. “Psique.”